o zumbido
O que é o Zumbido?
- O Zumbido pode ser definido como toda percepção de som na ausência de um estímulo sonoro correspondente no ambiente a sua volta.
Faz parte do grupo das percepções fantasmas e refere-se ao estado de consciência da percepção de um sintoma na ausência de estímulo correspondente.
Trata-se de um sintoma, e não de uma doença, e numa mesma pessoa pode ter várias causas.
Muitas doenças podem causar o zumbido e mais de uma causa pode estar presente no mesmo indivíduo.
Trata-se de uma condição de saúde bastante frequente.
- Estudos epidemiológicos indicam que a prevalência de zumbido varia de 10 a 15% na população geral.
A prevalência no Brasil ainda é desconhecida, porém estima-se que 28 milhões de brasileiros já tenham tido alguma forma de zumbido.
Apesar da elevada prevalência, sabe-se que apenas uma pequena parte dos indivíduos acometidos, cerca de 5%, se incomoda com o zumbido.
Para estes casos há prejuízos diretos na qualidade de vida (sono, concentração, humor, emoções, audição).
- A boa notícia é que hoje em dia, pelo crescente interesse no assunto e pelo aumento substancial de estudos, conhecimentos e publicações sobre o tema, pode se obter melhores resultados terapêuticos do que antigamente.
São várias as opções de tratamento, e estas devem ser personalizadas caso a caso.
Para alguns pacientes uma abordagem multiprofissional e mais abrangente é indispensável.
Tem Tratamento?
Terapia com células-tronco para perda auditiva: já chegamos lá?
Veja a texto completo no link https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1808869419300357?via%3Dihub
Resumo
Introdução
Células ciliadas de mamíferos e neurônios auditivos não apresentam capacidade regenerativa. Assim, os danos a esses tipos de células são permanentes, levam à perda auditiva, e não há tratamento que restabeleça a função auditiva. Terapias regenerativas utilizando células-tronco representam uma alternativa promissora.
Objetivo
Este artigo tem como objetivo revisar a literatura atual sobre os principais tipos de células-tronco com potencial para aplicação em terapia celular para perda auditiva neurossensorial, sendo que os experimentos mais relevantes já foram realizados em animais, bem como os avanços que têm sido feitos recentemente nessa área.
Método
As pesquisas incluíram as bases de dados PubMed/MEDLINE, Web of Science, Science Direct e SciELO, além da literatura cinza. A estratégia de busca incluiu os seguintes termos principais: “stem cells”, “hair cells” e “auditory neurons”. Além disso, os principais termos foram combinados com os seguintes termos secundários: “mesenchymal”, “iPS”, “inner ear” e “auditory”. A pesquisa foi realizada de forma independente por três pesquisadores.
Resultados
A diferenciação de células-tronco em células ciliadas e neurônios auditivos têm alta taxa de sucesso, chegando até 82% para o primeiro e 100% para o segundo. Notavelmente, essas células diferenciadas são capazes de interagir com células ciliadas e neurônios auditivos de explantes cocleares através da formação de novas sinapses. Quando transplantadas para a cóclea de animais com perda auditiva, a restauração auditiva foi observada até o momento apenas em animais desaferentados.
Conclusão
Os avanços têm sido mais acentuados em casos de neuropatia auditiva, uma vez que a melhora parcial das condições do nervo auditivo através de terapia baseada em células pode aumentar o número de pacientes que podem receber implantes cocleares com sucesso.
"De um modo simplificado, quais são os tratamentos para o Zumbido?"
A melhor estratégia é tratar primeiro as causas reversíveis e controláveis, e reavaliar o zumbido após algum tempo.
As abordagens clínicas podem incluir dietas restritivas e fracionadas, correção de erros alimentares, medicações, fisioterapia, tratamento com o dentista para corrigir problemas na articulação da mandíbula, avaliação psiquiátrica, psicoterapia.
Os diversos medicamentos disponíveis no mercado podem melhorar o zumbido em até 50% dos casos.
Quando a perda auditiva é tão importante quanto o zumbido, a adaptação de aparelhos de audição ou próteses auditivas pode melhorar não só a capacidade de ouvir por meio da amplificação dos sons, como também diminuir a percepção e o incômodo do zumbido.
Para pacientes com surdez profunda, o implante coclear (conjunto de eletrodos inseridos no interior na orelha) pode ser uma alternativa terapêutica.
Para os casos em que o zumbido incomoda e ou interfere na qualidade de vida a TRT (Tinnitus Retraining Therapy ou Terapia de Habituação do Zumbido) pode ser usada.
Trata-se de um método de tratamento que visa diminuir a percepção do zumbido por meio de dois princípios básicos: aconselhamento terapêutico e enriquecimento sonoro.
Este último pode ser feito com gerador de som individual.
Recentemente, um aperfeiçoamento desta estratégia de tratamento foi desenvolvido, baseado nos princípios da dessensibilização acústica sistemática.
O aparelho (Neuromonics), que lembra um MP3, é usado como parte de um programa de reabilitação de cerca de 6 meses, com sinais acústicos intermitentes, com altos e baixos, estimulando uma ampla faixa de frequências sonoras, e customizado especificamente para as características do zumbido e da perda auditiva apresentada por cada paciente.
Traz a promessa de controle sobre o zumbido e de sensação de conforto e alívio; entretanto estudos com um maior número de pacientes ainda precisam ser desenvolvidos para confirmar o real percentual de pacientes que se beneficiam com esta técnica.
Outras estratégias também podem ser adotadas como biofeedback (técnica de relaxamento que ensina a controlar as reações do corpo ao estresse) e terapia cognitiva (aconselhamento baseado no tratamento e no ajuste das reações emocionais, dos comportamentos negativos, e dos padrões de pensamentos relacionados ao zumbido)